sábado, 17 de janeiro de 2015

Sentidos

Deixar-se levar
Entrar de cabeça em algo que, acredita-se, vale a pena
Deixar fluir, deixar sentir
Sentir... tão bom sentir... 
Espontaneidade assusta o mundo dos adultos
O universo à parte da seriedade e onde tudo é comparado, tudo é ter em vez de sentir
Seria eu uma criança em relação às minhas sensações?
Seria um crime ter tantos sentimentos e gostar tanto de fluir?
Poderia, então, ser uma criança uma criminosa pela sua sinceridade no olhar
No fluir, no sentir?
Seria eu então uma criança, tola eterna já que sou adulta
Só por não saber outra forma de ser?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Sobre o tempo


O tema não é a musica que tornou o Pato Fu uma banda conhecida na década de 90, mas o tempo... Aquele que nos afronta, aquele com quem as pessoas se confrontam, aquele que, segundo os gregos antigos, era controlado pelo devorador dos seus filhos, Chronos. Devorador... O deus grego devorava seus filhos... aquilo que ele controla nos devora. Seria coincidência?

O seu tempo, o meu tempo. Einstein já dizia o quanto ele é relativo e sentir isso na pratica acaba sendo ate um tanto quanto confuso. O que eu quero já o outro pode querer daqui uma semana; algo pra mim totalmente sem relevância pode ser urgente e vital para outro o mais rápido possível.

Rápido... Devagar... O tempo abrange momentos... Abrange vivências, experiências, coisas boas, ruins, expressivas ou sem importância. Mas a relatividade dele é inegável - e sofrível, pois a partir do momento em que entendemos isso de verdade, percebemos o quanto a visão alheia é diferente. 

Em muitas situações o tempo certo torna-se responsável pelo momento ideal de uma pessoa, mais de uma, varias juntas. Naquele tempo, com aquele vento, aquele clima, aquela cisma, as coisas fluem de forma perfeita. Perfeita sim, pois cada um de nós tem seu conceito de perfeição mesmo que seja purpurinado de imperfeições. E o tempo se torna perfeito... Ímpar... Uno. E o contrario... Há tempos em que o tempo não combina... O tempo de um não é o tempo do outro... Só as imperfeições foram vistas e, mesmo sabendo que o tempo continua a passar, ele continua devorando o que deveria ser bom e deixando apenas os vestígios indesejáveis.

O que fazer com ele? Não há o que ser feito... O tempo é intrínseco em toda e qualquer escolha que fazemos, desde os 5 minutos a mais de sono ao beijo mais demorado da sua vida. Devemos apenas nos respeitar para que ele não nos devore completamente, já que o devorar é intrínseco: você é vivo e ele passa por você, dando sinais todos os dias de que pedaços seus ficam pra trás e não mais voltarão. Talvez seja a única forma de ele não nos deixar (muito) arrependidos ou não trazer (muitos) lamentos à nossa existência. Talvez seja a única forma de diminuir a dor que a própria existência do tempo implica a nós mesmos. 


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Interessante enquanto é útil

Uma conhecida me disse, após diversos problemas com o trabalho e função que exercia: "você é útil enquanto é útil". E estive pensando sobre isso há alguns dias...

Em mundos corporativos em que existem equipes e onde cada pessoa pensa de uma forma diferente isso é gritante, não há dúvidas. Você é útil enquanto for útil. Ninguém é insubstituível. Por essas e outras a importância absoluta de fazer o que gosta... Fazer o que quer. Porque mesmo que vc se sinta preterido, desvalorizado, mesmo que vc se sinta invadindo um espaço que "não é seu" ou até mesmo que vc não compartilhe das mesmas ideias e não concorde com tudo o que ocorre ao seu redor, importante fazer o que gosta.

Vão criticar você na sua frente, às vezes com uso de indiretas... Estarão na sua frente e vão usar "seu fraco" pra reforçar como "fraco" fazendo-se de muito forte quando, na verdade, quem não está se submetendo a explorações (e até posturas antiéticas) é você, o "fora da curva". Nao entenderão seus motivos para tal ou qual escolha. E isso, na realidade, pouco importa. Nesse momento, importe-se em fazer o que gosta. Em estar onde quer estar, mesmo que temporariamente... em entrar no local, sentir-se bem consigo próprio ao fazer bem sua parte e ir embora. E, ao fim do dia, sabendo que fez o seu melhor, poder deitar no seu travesseiro de consciência tranqüila, dormir sossegadamente e restaurar sua saúde para que sua energia possa ser investida, com sucesso, em suas outras realizações pessoais, família, amor, filhos e até mesmo cursos e aperfeiçoamentos para melhor performance do próprio trabalho que exerce. 

Se cada um de nós é útil enquanto é útil, façamos dessa utilidade algo para o bem de verdade. Bem para nós mesmos, ao trabalhar com amor e dedicação, e àquele que for ver/receber o fruto do teu suor. E não nos apeguemos ao coleguismo corporativista (falso?) que faz parte do trabalho exercido. Há muito mais gente com rabo preso por aí do que nossa sã consciência pode prever... O que eles não imaginam é que são tão substituíveis quanto eu e você.