O tema não é a musica que tornou o Pato Fu uma banda conhecida na década de 90, mas o tempo... Aquele que nos afronta, aquele com quem as pessoas se confrontam, aquele que, segundo os gregos antigos, era controlado pelo devorador dos seus filhos, Chronos. Devorador... O deus grego devorava seus filhos... aquilo que ele controla nos devora. Seria coincidência?
O seu tempo, o meu tempo. Einstein já dizia o quanto ele é relativo e sentir isso na pratica acaba sendo ate um tanto quanto confuso. O que eu quero já o outro pode querer daqui uma semana; algo pra mim totalmente sem relevância pode ser urgente e vital para outro o mais rápido possível.
Rápido... Devagar... O tempo abrange momentos... Abrange vivências, experiências, coisas boas, ruins, expressivas ou sem importância. Mas a relatividade dele é inegável - e sofrível, pois a partir do momento em que entendemos isso de verdade, percebemos o quanto a visão alheia é diferente.
Em muitas situações o tempo certo torna-se responsável pelo momento ideal de uma pessoa, mais de uma, varias juntas. Naquele tempo, com aquele vento, aquele clima, aquela cisma, as coisas fluem de forma perfeita. Perfeita sim, pois cada um de nós tem seu conceito de perfeição mesmo que seja purpurinado de imperfeições. E o tempo se torna perfeito... Ímpar... Uno. E o contrario... Há tempos em que o tempo não combina... O tempo de um não é o tempo do outro... Só as imperfeições foram vistas e, mesmo sabendo que o tempo continua a passar, ele continua devorando o que deveria ser bom e deixando apenas os vestígios indesejáveis.
O que fazer com ele? Não há o que ser feito... O tempo é intrínseco em toda e qualquer escolha que fazemos, desde os 5 minutos a mais de sono ao beijo mais demorado da sua vida. Devemos apenas nos respeitar para que ele não nos devore completamente, já que o devorar é intrínseco: você é vivo e ele passa por você, dando sinais todos os dias de que pedaços seus ficam pra trás e não mais voltarão. Talvez seja a única forma de ele não nos deixar (muito) arrependidos ou não trazer (muitos) lamentos à nossa existência. Talvez seja a única forma de diminuir a dor que a própria existência do tempo implica a nós mesmos.
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